Commodities despencam com 'pânico'
30/09 - 10:27
O pânico generalizado do mercado internacional em torno da crise que abala os Estados Unidos derrubou os preços do petróleo, principal formador das cotações das commodities agrícolas, e provocou um efeito em cascata principalmente nos negócios futuros com a soja, que fecharam no limite de baixa na Bolsa de Chicago (CBOT). As cotações do papel com entrega para janeiro, o que tem maior liquidez, fechou a US$ 11,10 o bushel (27,2 quilos), queda de 5,9% em relação ao último pregão.
'Não houve nenhum fator fundamental (oferta e demanda) que motivasse as perdas. A explicação está na queda do petróleo', afirma Flávio França Júnior, analista da Safras & Mercado. Para ele, parte do nervosismo foi causado pela rejeição do congresso americano ao pacote de ajuda aos bancos.
A oleaginosa é o principal item agrícola exportado pelo Brasil e desde 1 de agosto, quando a crise americana começou a se intensificar, acumulou queda de 18% no mercado internacional. A princípio, o recuo nos preços começou a preocupar os sojicultores brasileiros quanto à rentabilidade da próxima safra, que segundo estimativas dos analistas precisava de preços no patamar dos US$ 14 o bushel para ser viável. À época, os preços do mercado interno, que são formados pela Bolsa de Chicago, acompanharam o movimento internacional e despencaram na mesma proporção. No entanto, a forte valorização do dólar frente o real nos últimos meses está mudando o clima de incerteza no setor.
Gazeta Mercantil
Autor: Roberto Tenório
terça-feira, 30 de setembro de 2008
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