Corrida x Gordura Abdominal: o efeito Bussunda
Por Renato Dutra
Muitos corredores acham que somente porque gastam mais calorias do que seus pares sedentários estão imunes ao processo de engorda e acabam se descuidando na alimentação. O resultado disso é o grande número de corredores que estão acima do peso e que nada fazem para reduzir a gordura corporal, já que correr é o “antídoto” contra uma série de males.
Se você tem aquela barriguinha proeminente, alto lá! É hora de pensar no porquê o talentoso comediante Bussunda morreu. Além dos fatores hereditários, o célebre comediante apresentava um histórico de colesterol elevado, hipertensão e uma circunferência abdominal bastante acentuada.
Baseado nos estudos de Bjntorp (1986) sobre a distribuição da gordura na relação entre o abdômen e o quadril (Índice Cintura- Quadril-ICQ), para avaliação do risco de desenvolvimento de doenças como hipertensão, doença coronariana, diabetes e outras enfermidades, sabe-se que a gordura abdominal é muito reativa. Isto é, qualquer estímulo, seja este estresse ou exercício físico mobiliza a liberação de gorduras desta região e pode haver entupimento ou obstrução coronariana.
Portanto, nosso saudoso Bussunda, assim como milhões de gordinhos espalhados pelo mundo, veio a falecer. É fato que Bussunda, nos últimos seis meses, vinha modificando seus hábitos, adotando o exercício e alimentação balanceada para reverter um quadro de risco. Infelizmente, a mudança não ocorreu a tempo de salvá-lo, mas muitos indivíduos já conseguiram “escapar” com vida deste processo nocivo que é o ganho de gordura.
Voltando ao assunto dos corredores, muitos, apesar de fisicamente ativos, apresentam a mesma barriguinha que cobrou o preço da vida de Bussunda. Correr, por mais prazeroso que o ato seja, infelizmente não pode compensar pelo exagero de calorias. Basta fazer as contas: um hambúrguer “Big Mac” contém aproximadamente 600 calorias. Um corredor de 80kg precisará correr cerca de 40 minutos para “queimar” um mísero sanduíche, sem considerar doces, álcool, etc.
A conta das calorias é cruel, porém muito real. Tão real quanto aquilo que se transformou no seu abdômen. Portanto, amigo corredor, muito cuidado com a gordura abdominal. Recomendo que tenha um profissional para medir seu ICQ e partir daí avaliar seu grau de risco. É uma medida prática e pode evitar o efeito Bussunda.
Finalmente, é importante lembrar que correr acima do seu peso pode ser perigoso não somente para suas articulações, mas principalmente para o seu coração.
Referências Bibliográficas:
FERNANDES, Filho J.; A prática da avaliação física; editora Shape; 1999; p.75.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
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